Oscar 2025: Saiba por que Mikey Madison superou Fernanda Torres e Demi Moore na disputa pela indicação.

Mikey Madison surpreendeu ao superar nomes consagrados como Fernanda Torres e Demi Moore na corrida pelo Oscar 2025. Com uma atuação marcante, ela se destacou e conquistou a cena, garantindo sua indicação ao prêmio mais cobiçado do cinema.

CINEMA

Caiu na Web

3/3/20253 min read

Aos 25 anos, Mikey Madison conquistou o prêmio de Melhor Atriz no Oscar® 2025, surpreendendo o público e causando grande repercussão nas redes sociais.

A expectativa era de que a disputa seria acirrada entre Fernanda Torres, por "Ainda Estou Aqui", e Demi Moore, por "A Substância".

De acordo com a maioria das previsões dos veículos especializados de Hollywood, Demi Moore era a favorita, especialmente após sua vitória como Melhor Atriz no SAG (Sindicato dos Atores). Desde 1994, a vencedora do SAG só não levou o Oscar em sete ocasiões, o que reforçava as expectativas em torno de Moore.

No entanto, o crítico de cinema Waldemar Dalenogare, em entrevista à Globonews, destacou que a Academia adorou Anora, filme que concorreu em seis categorias e venceu cinco, incluindo Melhor Filme, Melhor Atriz, Melhor Direção, Melhor Montagem e Melhor Roteiro. A única categoria em que não levou a estatueta foi Melhor Ator Coadjuvante, perdendo para Kieran Culkin, de "A Verdadeira Dor".

Dalenogare também comentou que era difícil Fernanda Torres levar a estatueta, pois, embora a Academia esteja em um processo de internacionalização e abrindo espaço para atuações em filmes de língua não-inglesa, ainda existe uma certa resistência em reconhecer plenamente performances fora do eixo EUA-Reino Unido.

Sobre Demi Moore, o especialista ressaltou que a escolha por Mikey Madison reforça mais uma vez a tendência da Academia de rejeitar filmes de terror. Anora foi apenas o sétimo filme de terror/horror indicado a Melhor Filme na história do Oscar, o que evidencia a dificuldade do gênero em ser valorizado pela premiação.

Historicamente, filmes de terror e horror são frequentemente vistos como "inferiores", associados a violência gratuita e recursos considerados "de segunda". Em uma matéria do veículo NPR, argumenta-se que a Academia prefere dramas sóbrios, baseados em pessoas reais e situações históricas, deixando pouco espaço para produções mais estilizadas ou de gênero.

Para Fabiana Lima, crítica da Abraccine e do Critics Choice, essa exclusão não se limita ao terror, mas se estende a qualquer filme considerado "de gênero", ou seja, aqueles que têm características marcantes de gênero em sua construção. Essa visão, segundo ela, reflete um preconceito que ainda persiste na indústria cinematográfica.

Como funciona a votação do Oscar?

No início do ano, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou que 323 filmes eram elegíveis para concorrer em 23 categorias, sendo que 207 deles atendiam aos pré-requisitos para a categoria de "Melhor Filme".

A escolha dos indicados é feita pelos mais de dez mil membros da Academia, que podem votar apenas nas categorias relacionadas às suas áreas de atuação. No vídeo abaixo, confira alguns dos brasileiros que fazem parte do grupo de eleitores.

O Brasil conta com 52 votantes na Academia, incluindo nomes como Fernanda Montenegro, Walter Salles e Sônia Braga.

Em janeiro, a Academia divulgou os indicados, com até cinco nomeados por categoria e até dez para Melhor Filme. Após a divulgação, todos os membros podem votar em quantas categorias desejarem, desde que tenham assistido aos filmes concorrentes. O voto é secreto, e a organização incentiva que os eleitores votem apenas nas categorias em que têm conhecimento.

Na maioria das categorias, o vencedor é determinado pelo maior número de votos. No entanto, para Melhor Filme, o processo é diferente: utiliza-se um sistema de votação preferencial, em que os membros classificam os filmes do primeiro ao décimo lugar. Para vencer, um filme precisa obter pelo menos 50% dos votos na primeira posição.